Exposição com obras do acervo do Museu de Artes Plásticas de Anápolis estreia em Goiânia

Depois de passar por Belém, a exposição “Conversas: resistência e convergência” chega a Goiânia para marcar a reabertura do Museu de Arte Contemporânea de Goiás, fechado há dois anos por conta da pandemia. A mostra reúne 50 artistas do Centro-Oeste com trabalhos do acervo do Museu de Artes Plásticas de Anápolis (Mapa).

O curador da mostra, Paulo Henrique Silva, afirma que a intenção é celebrar a diversidade da arte contemporânea produzida no Planalto Central. “Esses artistas contribuíram e contribuem para a construção da história da arte e para o aprimoramento da produção contemporânea dessa região”, afirma.

Segundo ele, a mostra contemplada pelo edital 03/2021 Lei Aldir Blanc – Secult Goiás se apresenta, também, como instrumento para dar visibilidade e colocar em circulação obras da coleção do Mapa. “’Conversas’ é uma realização da Prefeitura de Anápolis, Associação Amigos do Mapa, MAC-GO e Goiás Turismo, com recursos da Lei Aldir Blanc via Governo de Goiás”, destaca Paulo Henrique.

A exposição não tem sua concepção curatorial estruturada a partir de uma temática narrativa, mas na diversidade das poéticas desenvolvidas. Tem em seu escopo a preocupação de propor reflexões acerca da permanência, do deslocamento dos artistas e da relevância do valor histórico de uma produção que, por vezes, foi registrada ao longo do tempo à margem da história da arte nacional.

Com a maior parte de artistas naturais do Centro-Oeste, a exposição conta ainda com nomes de outros estados que escolheram a região para residir e construir suas trajetórias.

Muitos deles, em especial nos últimos anos, com a oferta de residências artísticas no Brasil e em outros países, tiveram a oportunidade de viver em importantes centros de formação e consumo de arte contemporânea, resultando em trocas para a continuidade do desenvolvimento de suas pesquisas.

Embora seja uma celebração da diversidade, é notória a reduzida presença feminina na mostra, o que, de certa forma, é reflexo de um contexto histórico a ser superado não somente no Centro-Oeste, mas no Brasil. “Vários outros artistas, em especial mulheres, poderiam estar presentes, porém em razão do limite do espaço expositivo, foi adotado como critério de escolha artistas cujos trabalhos oferecessem entre si possibilidades de leituras e conversas possíveis”, destaca o curador da mostra.

Um dos participantes da mostra, o artista brasiliense João Angelini, ao divulgar o evento em suas redes sociais, afirma: “Imagina uma exposição que é parte importante da história da produção do Centro-Oeste.” E acrescenta: “Não é coincidência que dentro desse acervo e dentro dessa exposição reconheço outras figuras também definidoras do artista e pessoa que sou. Amigos, irmãos, mestres, alunos e parceiros de vida reunidos ali. Reunidos porque todos nós tivemos nossa história e trajetória determinada pela política pública da cidade de Anápolis”.

Para saber mais detalhes sobre a exposição, é só acessar o site, desenvolvido exclusivamente para sua divulgação. Lá estão informações sobre cada um dos artistas e suas narrativas poéticas, além de texto curatorial.

Artistas que estão na mostra
Adir Sodré – MT, Adriana Vignolli – DF, André Santangelo – DF, Andrea Campos – DF, Anna Behatriz – GO, Bené Fonteles – DF, Bia Medeiros – DF, Camila Soato – DF, Carlos Sena – GO, Dalton Paula – GO, Divino Sobral – GO, Edney Antunes – GO, Elder Rocha – DF, Eliane Chaud – GO, Elyeser Szturm – DF, Enauro de Castro – GO, Estevão Parreiras – GO, Fernanda Azou – DF, Fernando Costa Filho – GO, Flávia Fabiana – GO, Gê Orthof – DF, Gervane de Paula – MT, Grupo EmpreZa – GO/DF, Grupo Trespe – GO/DF, Humberto Espíndola – MS, João Angelini – DF, Joardo Filho – GO, Jonas Barros – MT, Leonam Fleury – GO, Luciana Paiva – DF, Luiz Mauro – GO, Luiz Olivieri – DF, Marcelo Solá – GO, Matias Mesquita – DF, Miguel Penha – MT, Pedro Gandra – DF, Pitágoras Lopes – GO, Ralph Gehre – DF, Raquel Nava –DF, Rei Souza – GO, Rodrigo Godá – GO, Selma Parreira – GO, Siron Franco – GO, Talles Lopes – GO, Usha Velasco – DF, Valdson Ramos – GO, Valéria Pena Costa – DF, Wagner Barja – DF, Yara Pina – GO, Zé César – GO.

Serviço
Exposição “Conversas: resistência e convergência”

Onde: Museu de Arte Contemporânea de Goiás – Centro Cultural Oscar Niemayer – Av. Deputado Jamel Cecílio, Km 1 – Goiânia
Abertura: 31 de março – 20h
Horário de visitação: terça a sexta, das 9h às 17h; sábado, domingo e feriado, 10h às 17h.

Marco Bakura

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Voltar ao topo