O grande premio da Arábia Saudita foi marcado por uma enorme confusão referente ao pódio de Fernando Alonso, da Aston Martin. O bicampeão chegou em terceiro, posição que lhe daria o 100º pódio na F1, mas caiu para quarto após a direção de prova aplicar uma segunda ao espanhol punição na corrida. Horas depois do fim da prova, entretanto, a sanção foi revertida e o pódio, reestabelecido.
Fernando recebeu sua primeira punição em Jidá, de 5s, por se posicionar de forma incorreta no colchete de largada. Em meio ao cumprimento desta pena, um mecânico da Aston Martin encostou com o macaco na traseira do AMR23.
O regulamento não permite qualquer trabalho nos monopostos antes do cumprimento total da pena – ou seja, ninguém poderia encostar no carro antes do fim dos 5s.
Por isso, a direção de prova aplicou uma nova punição, agora de 10s, que fez George Russell herdar a terceira posição de Alonso. A mudança só foi anunciada após o fim da corrida; Fernando já havia, inclusive, participado da cerimônia de premiação.
Inicialmente, a FIA alegou que houve acordo, estabelecido em reunião prévia, de que a posição do macaco poderia equivaler a trabalho no carro. Por outro lado, nenhum trabalho foi feito de fato no AMR23 de Alonso. Por isso, os comissários optaram pela pena de 10s em vez da desclassificação espanhola.
Horas depois, já nas primeiras horas da madrugada saudita, a decisão foi revertida. A Aston Martin entrou com petição e apresentou registros, em vídeo, de toques de macacos em sete carros que cumpriam penas similares à de Alonso, sem que houvesse punição extra. A equipe alegou ainda que não houve acordo que equiparasse a posição do macaco ao ato de “trabalho no carro”.
A FIA acatou a solicitação e o pódio voltou a ser o mesmo visto na pista: Sergio Pérez, Max Verstappen e Fernando Alonso. O desfecho foi positivo para o espanhol, que chegou ao 100º pódio na carreira.
Mas quando ainda estava em quarto, o bicampeão alfinetou o sistema de punições da FIA: “Quando você tem 35 voltas pra aplicar uma punição, mas espera para depois do pódio, é sinal de que algo está realmente errado com o sistema”, disse.